05 dezembro 2015

PONTO CRÍTICO 44 9 A Diplomacia e o Programa de Governo


Sobre leituras apressadas
ou superficiais,
quer se concorde, quer se discorde
do Programa



REPORTANDO MATÉRIA à Agência Lusa, alguma imprensa repercute que "em 262 páginas, o programa do governo do PS dedicou as últimas dez à ação diplomática. Tem dois capítulos, um intitulado Promover a língua portuguesa e a cidadania lusófona e o outro, Continuar Portugal nas comunidades portuguesas". Leitura apressada, redutora, para não se dizer desatenta. Como muito poucos vão ler as 262 páginas, mesmo os que se interessem ainda que de raspão pela "ação diplomática", caso apenas tenham lido a matéria noticiosamente deficitária  emanada da Agência Lusa, ficarão, claro está, induzidos pelo défice noticioso. Leia-se, por exemplo o que o Diário de Notícias publica, dando de barato.

Nos programas de governo tem sido rotina "arrumar" objetivos e finalidades poíticas por Ministérios. Â evidência para concordantes e discordantes, não foi esse o critério para o Programa do XXI Governo, onde não há uma compartimentação de responsabilidades na ação política, tal como nos catecismos. Cada uma das 262 páginas, cada uma na relação direta e útil com cada Ministério, compromete o conjunto e cada um dos Ministérios. Não é verdade que apenas as últimas dez páginas tenham sido dedicadas à ação diplomática. Esta ação fica comprometida ao longo de todas as 262 páginas, mais aqui do que ali. E mesmo essas dez últimas páginas não comprometem exclusivamente o Ministério dos Negócios Estrangeiros - há mais ministérios vinculados aos objetivos enunciados, também uns mais do que outros. É um critério.

"Assuntos Europeus" surgem amiúde; "Cooperação" aqui e ali surge; "Comunidades", esptreitando ali e aqui, ainda que indiretamente, bem mais do que no item "Continuar Portugal;  Língua e Cidadania". Até Camões cego de um olho veria muito mais, E; quanto à  "ação diplomática", de ponta à ponta - desde os investimentos, à Europa, à Língua, etc... não é necessário serem citadas as representações externas, para se perceber que muito das 262 páginas deverá passar por elas, assim haja coerência e operacionalidade na ação externa do Estado.

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